Praga, cenário perfeito de novela de mistério

A capital da República Tcheca serve de cenário para uma infinidade de romances policiais e de mistério. Entre os recentes destaca-se "Mummy Mill", de Petr Stančik, o guia perfeito para descobrir Praga a meio caminho entre realidade e fantasia.

Por: Javier Mazorra

Publicado: Setembro 26, 2019

Praga é uma cidade que me impressiona, mas também me abala. Eu sempre senti que sua beleza perturbadora, sua monumentalidade esmagadora ocultam uma infinidade de segredos. Não devo ser o único a pensar que, de alguma forma, esse cenário fascinante, a meio caminho entre a realidade e a fantasia - que surge em ambos os lados da carismática Ponte de Carlos, foi construído com a ajuda de espíritos e de forças desconhecidas, para torná-lo  cenário perfeito para um romance de mistério.

Não pode ser casualidade que Praga tenha inspirado a criação de um personagem tão desconcertante quanto El Golem, ou de tornar possível aquela delirante oficina de curiosidades que surgiu em meados do século 17, sob o patrocínio do imperador alquimista Rodolfo II.  Tampouco poderia ser explicado, de maneira racional, o universo avassalador de um escritor tão genial, mas ao mesmo tempo tão obscuro como Kafka.

Tentaram decifrar a mágica Praga alguns escritores, como o italiano Angelo María  Ripellino e o austríaco Gustav Meyrink (El Golem), mas talvez a maneira mais fácil e divertida de descobrir algumas das múltiplas facetas e segredos da capital tcheca é lendo o romance pseudo policial O Moinho e Múmias, de Petr Stančik.  Em 2014 foi lançado o original deste romance, em tcheco, e em 2016 publicado em espanhol por Tropo  Editores.

Tendo por enredo solucionar os crimes de um serial killer, Stančik conta com o personagem Leopold Durman, comissário de polícia. O desenrolar nos faz adentrar nos diferentes aspectos e singularidade de uma cidade que, já em 1865  - ambiente do romance  -, não se parecia com nenhuma outra, mas não muito diferente daquela que podemos visitar hoje.

São múltiplos os acenos para que o leitor se ponha em marcha, e redescubra a capital checa com o livro em mãos e a colaboração de personagens históricos, como o compositor Smetana, o escritor Jan Neruda  e  Fernando, o último imperador, que também se coroou rei da Boêmia. Muitos dos endereços mencionados no livro incluem uma nota lateral, indicando as atuais denominações. E alguns escondem mais do que uma surpresa. Revelarei apenas um deles, com a única intenção de incentivar o viajante a se aventurar por conta própria, seguindo as pistas oferecidas pelo autor.

Quem quiser encontrar a casa onde, supostamente, vive o comissário Durman, deverá ir até a misteriosa igreja de Santa Ana, templo desconsagrado, porém, suas paredes são repletas de maravilhosas pinturas. Hoje, é a sede de uma fundação beneficente. Vale conhecer os seus interiores.

Por outro lado, quem gosta de cerveja e quer saber aonde provar as diferentes variedades encontradas em Praga,  basta ler o livro. A primeira recomendação é a emblemática.  

 

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